Milho-verde AG1051: Apresentação
O AG1051 é notavelmente o híbrido de melhor adaptabilidade ao cultivo de milho-verde para fins de consumo fresco, utilizado tanto na sua forma natural, como espigas cozidas ou assadas ou como ingrediente gastronômico tradicional e cultural na forma de pamonha, bolo, curau, cuscuz, virado, suco, entre tantas outras riquezas que resgatam o melhor de nossa tradição. Agronomicamente, apresenta uma ampla janela de colheita entre as cultivares disponíveis no mercado e alta adaptabilidade a diferentes condições de cultivo e manejo, exigindo soma térmica ao redor de 910 graus-dia para o pendoamento e mostrando-se, ainda, capaz de suportar altas populações de plantas (ROCHA, 2008).
Densidade de plantio
Como para qualquer hortaliça de natureza quantitativa, em que a população de plantas viáveis por área desempenha um papel fundamental no sucesso da lavoura, que é o caso do milho-verde e de espécies como a cebola e a cenoura, como exemplos, a determinação da densidade ótima é determinante para o máximo rendimento econômico. A densidade ótima depende da cultivar adotada, do zoneamento definido a partir das condições de solo e clima regionais, das condições edafoclimáticas locais e do manejo adotado.
Genericamente, quanto maior a disponibilidade de nutrientes e de umidade no solo, maior deveria ser a densidade de plantio, que afeta diretamente o número de espigas por planta (ou índice de espigas) e o tamanho da espiga na planta. No caso do milho-verde, todavia, dado o sistema de colheita adotado, que é majoritariamente manual, no balaio, e o tamanho das áreas, que se caracterizam como pequenas e médias lavouras, a manutenção de uma entrelinha mais ampla, entre 0,7 a 1 metro, torna-se necessária para maximizar a eficiência na colheita, em contraste com os 0,4 a 0,5 m de entrelinha adotados no milho-grão.
Muito embora a adoção de diferentes espaçamentos apresente resultados satisfatórios nas diferentes condições de cultivo, é comum observar uma maximização do potencial produtivo do milho-verde AG1051 em populações entre 44 mil plantas/ ha (ANDRADE et al., 2009), 47 mil plantas/ ha (PEREIRA FILHO; OLIVEIRA; CRUZ, 1998) e 50 mil plantas/ ha (ROCHA; FORNASIER FILHO; BARBOSA, 2011).
Estudo da densidade de plantio e seu efeito no milho-verde AG1051 (IPACER, 2022)
Em um recente estudo desenvolvido pela IPACER, adotando-se populações entre 54 e 66 mil plantas/ ha, foram obtidas as seguintes conclusões:
- A produtividade não foi afetada pela população de plantas;
- Com a menor população (54.000 plantas por hectare), houve incremento do número de espigas por planta e incremento de ciclo devido ao atraso no crescimento da segunda espiga. A menor população pode ser vantajosa para colheita visando milho pamonha;
- Populações próximas a 66.000 plantas por hectare resultam em aproximadamente uma espiga por planta e maior uniformidade na umidade para colheita.
A foto mostra uma variação do espaçamento no campo. Utilizam-se linhas duplas espaçadas em 0,9 metros e espaçamento entre as linhas simples de 0,45 m, para facilitar a colheita.
Fonte
Jorge Hasegawa, Market Development - KTA