Crestamento gomoso do Caule da Melancia

  •  O crestamento gomoso pode causar perdas substanciais em áreas de clima quente e úmido. 
  • O fungo causador da doença pode sobreviver em restos de cultura e também em plantas daninhas suscetíveis. 
  • A principal forma de controle da doença é através da aplicação de fungicidas.

O crestamento gomoso do caule é uma das doenças mais destrutivas da cultura da melancia em regiões de clima tropical e subtropical, como por exemplo o sudeste dos EUA1 .

Sintomas

A infecção pode ocorrer em qualquer estágio de crescimento da cultura4 . Os sintomas podem aparecer nas folhas como manchas marrom escuro circulares ou triangulares, geralmente mais próximas às bordas (Figura 1A). Essas manchas são mais comuns nas folhas que ficam debaixo de outras, mais sombreadas e que por conseguinte, ficam mais tempo com umidade; elas coalescem com o tempo até tomar toda a superfície foliar. O tecido mais central da mancha quebra e cai com o tempo (Figura 1B). a doença também ataca as mudas, com manchas ocorrendo nos cotilédones e primeiras folhas, lesões aquosas também podem ocorrer nesses casos, se o hipocótilo for também atingido as mudas murcham e morrem1,4.

O nome da doença é dado devido o exsudato de cor âmbar ou vermelho amarronzado que se formam nas lesões que ocorrem no caule (Figura 2). Quando o sistema vascular de plantas mais velhas é atacado, geralmente não ocorre a morte da planta, porém, os ramos atacados apresentam murcha 3 ou 4 semanas após a infecção, afetando a produtividade dos frutos1,4.

A fase onde a doença ataca os frutos ocorre quando os ramos estão severamente atacados5,6 e se caracteriza por lesões circulares que apresentam pequenos pontos pretos localizados no ponto de formação do fruto. Essas lesões são afundadas no centro e ao coalescer se expandem, a casca do fruto fica com coloração marrom e geralmente se rompem4,5. Pontuações pretas se formam no tecido necrosado da folha, caule ou fruto (Figura 3). Esses pontos são os conídios do fungo (estruturas para dispersão).

Patógenos e ciclo da doença

O crestamento gomoso pode afetar várias culturas da família das cucurbitáceas, como melancia, melão, pepino, abóbora e abobrinha. Culturas hospedeiras que não pertencem a esta família incluem feijão verde, quiabo, tomate e tabaco. A doença é causada pelo fungo Stagonosporopsis citrulli, Stagonosporopsis cucurbitacearum e Stagonosporopsis caricae. Stagonosporopsis cucurbitacearum pode afetar apenas plantas da família das cucurbitáceas e é a espécie mais comumente encontrada1 . Stagonosporopsis citrulli parece ser a espécie prevalente nos EUA entre 2015 e 20173 .

Este fungo pode sobreviver em restos de cultura, plantas voluntárias e daninhas suscetíveis, onde pode permanecer viável por vários anos. Ele também pode sobreviver nas sementes1,6. Possui ciclo policíclico ao longo da estação de cultivo da cultura; se espalha através de longas distâncias nas sementes e através da dispersão dos seus esporos. Dispersão a pequenas distâncias ocorrem através da agua da chuva ou de irrigação4,7. A infecção ocorre entre temperaturas de 16° a 28°C, com um ótimo de 24° a 25°C. A temperatura ótima para esporulação é de 25°C1,4,7.

A umidade é um importante fator para ocorrência da doença, sendo que umidade acima de 85% e de 1 a 10 horas de molhamento foliar são necessários para que ocorra a infecção, mais horas de molhamento são necessários para o desenvolvimento das demais lesões (posteriormente). Chuva, irrigação por aspersão e falhas na drenagem são fatores que favorecem o desenvolvimento de sintomas, que aparecem de 7 a 12 dias após a infecção1,4,7. Feridas e machucados no fruto também servem como pontos de infecção e levam e perdas na pós colheita4 .

Manejo

Sementes infectadas e mudas de má qualidade podem ser fontes do crestamento, então comprar sementes certificadas e mudas de qualidade é uma importante forma de controle da doença. As mudas devem ser checadas periodicamente e bandejas que contenham qualquer planta com sintoma devem ser inteiramente descartadas.

Recomendamos também que restos da cultura sejam eliminados tão logo a colheita seja efetuada, e uma rotação de pelo menos 2 anos com culturas que não sejam hospedeiras do fungo seja realizada, plantas voluntárias e daninhas também devem ser completamente eliminadas do local1,4,6.

Ainda não existe resistência genética ao fungo nas variedades comerciais existentes, porém o uso de alguns porta-enxertos pode minimizar o problema1,3,4.

O uso de fungicidas tem sido eficiente no controle da doença, procure sempre o agrônomo da região para receber orientações sobre produto/dose e periodicidade de aplicação. A rotação de princípios ativos (quando possível), também é recomendado.

Fontes

1. Keinath, A. 2017. Gummy stem blight. Page 59 in: Compendium of Cucurbit Diseases and Pests, 2nd ed. A. P. Keinath, W. M. Wintermantel, and T. A. Zitter, eds. American Phytopathological Society, St. Paul, MN.

2. Thomas, A., Langston, D. B., Jr., Sanders, H. F., and Stevenson, K. L. 2012. Relationship between fungicide sensitivity and control of gummy stem blight of watermelon under field conditions. Plant Dis. 96:1780-1784.

3. Keinath. A. 2021. Premix Fungicides that reduce development of fruiting bodies but not leaf lesions by Stagonosporopsis citrulli on watermelon leaves in the field. Plant Disease 104, https://doi.org/10.1094/PDIS-08-20-1807-RE.

4. Paret, M., Dufault, N., Newark, M., and Freeman, J. Management of gummy stem blight (black rot) on cucurbits in Florida. UF IFAS Extension PP280.

5. Zitter, T. 2017. Black rot. Page 92 in: Compendium of Cucurbit Diseases and Pests, 2nd ed. A. P. Keinath, W. M. Wintermantel, and T. A. Zitter, eds. American Phytopathological Society, St. Paul, MN.

6. Egel, D. 2010. Gummy stem blight of muskmelon and watermelon. Purdue Extension, BP-142-W.

7. Quesada-Ocampo. 2018. Gummy stem blight of cucurbits. NC State Extension, Vegetable Pathology Factsheets. https://content.ces.ncsu.edu/gummy-stem-blight-and-phoma -blight-on-cucurbits.

8. Phillips, B., Maynard, E., Egel, D., Ingwell, L., and Meyers, S. 2019. Midwest vegetable production guide for commercial growers 2021.

9. Keinath, A. 2000. Effect of protectant fungicide application schedules on gummy stem blight epidemics and marketable yield of watermelon. Plant Dis. 84:254-260.

10. Keinath, A. P. 2001. Effect of fungicide applications scheduled to control gummy stem blight on yield and quality of watermelon fruit. Plant Dis. 85:53-58.

 

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O desempenho pode variar de local para local e de ano para ano, uma vez que as condições locais de crescimento, solo e clima podem variar. Os produtores devem avaliar os dados de vários locais e anos, sempre que possível, e devem considerar os impactos dessas condições nos campos do produtor. As recomendações deste artigo são baseadas em informações obtidas das fontes citadas e devem ser usadas como referência rápida para informações sobre doenças de couve-flor. O conteúdo deste artigo não deve ser substituído pela opinião profissional de um produtor, agrônomo, patologista e profissional similar que lida com essa cultura específica.

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